O planeta continua o seu processo de aquecimento graças aos governantes e povos que não abrem mão das riquezas materiais, conforto e poder. A consciência de que cada um tem que fazer a sua parte parece que está bem disseminada, porém pouco praticada.
Louvável é o fato de cada vez mais pessoas estarem reciclando o seu lixo, empresas adotarem os papéis reciclados... mas será que não dá para fazer mais?
Num dos sites que listei ao lado sobre a reciclagem de carbono que emitimos, calculei a quantidade equivalente de CO2 para cada atividade. Vejam só:
Gás de cozinha: 1 botijão de gás equivale a 0,46 ton de CO2 (460 kg);
Gás canalizado: 1 m3 equivale a 0,025 ton de CO2;
Energia elétrica: 100 kwh equivale a 0,04 ton de CO2;
1000 km rodados com carro pequeno movido a álcool: 0,3 ton CO2;
1000 km rodados com carro pequeno movido a gasolina ou gás: 1,7 ton CO2;
1000 km rodados com carro pequeno "flex": 1,17 ton CO2.
(Recomendo a todos que entrem nos sites e façam a sua conversão também. É bom saber o quanto estamos contribuindo para o aquecimento global.)
Aí muitos já deram várias dicas de como reduzir a nossa emissão. Mas há certas práticas difíceis de habituar.
Por exemplo: muitos já bateram na tecla de economia da energia elétrica que é tirar os aparelhos do "stand-by". Mas quantas famílias praticam esse ato de conectar e desconectar os aparelhos da tomada toda vez que quer ouvir um som, assistir à TV ou DVD, aquecer um prato no microondas?... Além de esses aparelhos serem muitos ultimamente, a tomada geralmente fica escondida atrás e de difícil acesso.
Outro exemplo: muitos cozinham as suas refeições no forno. Tem pessoas que, mesmo morando sozinhas, chegam a usar o forno quase que diariamente! Entre pre-aquecimento e cocção, são quase uma hora de forno ao dia. Claro, o sabor de alimentos cozidos ou assados no forno é especial, mas precisa usá-lo todo dia?!
E nem falo da demora no banho diário, do uso do carro próprio para ir a qualquer lugar... são hábitos muito difíceis de mudar. Mas não custa tentar, certo?! Principalmente se houver meios que facilitem o nosso dia-a-dia.
Para o problema de tirar os aparelhos do stand-by, a solução que encontrei foi colocar um estabilizador ao lado da TV na sala. Em casa, são 5 aparelhos eletrônicos, então procurei pelo estabilizador com 5 saídas (foi um pouco difícil de encontrar, mas existe).
Apesar de ser bem mais caro que um "benjamin", o estabilizador tem várias vantagens que são insuperáveis:
- não quebra a estética da sala, mesmo sendo colocado num lugar bem acessível;
- permite desconectar todos os aparelhos com um só toque; ou, se quiser desconectar apenas um aparelho, o alcance da tomada é imediato;
- estabiliza a flutuação da tensão e corrente além de possuir um fusível para sobrecargas, o que torna o seu uso uma garantia adicional para a saúde dos aparelhos.
Para o microondas, não teve jeito, desconecto na tomada. Mas já faço isso com outros eletrodomésticos como liquidificador, processador, batedeira, aspirador de pó... Foi questão somente de trazer a tomada para uma posição mais acessível e criar o hábito, o que foi mais fácil e rápido que os demais hábitos... (A propósito, recomendo que faça o mesmo; descobri que o microondas consome cerca de 10 a 15 kwh/mês ficando em stand-by! Relógio caro e gastão, não é mesmo?)
E sempre que puder, prefira o microondas para cozinhar e assar os seus pratos. Além de significar menor emissão de CO2, muitos alimentos cozinham mais rápido no microondas do que no forno ou no fogão, e é mais eficiente sob ponto de vista energético, pois há muito pouca perda. Com a queima do gás, muito calor é dissipado para o ambiente sem aproveitamento para a cocção.
E com microondas ainda tem a vantagem de não perder os nutrientes para a água de cozimento, uma vez que a maioria dos alimentos possui água própria (exceção aos grãos e farináceos) e requer adição mínima da mesma no recipiente que vai para o forno.
Apagar a luz do ambiente vazio... Esse é outro hábito aparentemente difícil de adquirir. Em casa foi bem fácil, aqui é muito raro ter um cômodo com luz acesa quando não há ninguém. Mas a solução para uma família renitente seria a instalação de interruptores sensíveis ao movimento e luz, desses que existem nos halls de elevador dos prédios. Se voltar a construir uma casa (a que construímos um dia, tivemos que vender...), pretendo colocar essa idéia em prática :)
Quanto ao uso intensivo do carro... Ai, cada um sabe das suas necessidades, e é notório que a questão de segurança e tempo consumido no trânsito praticamente impedem as pessoas de saírem de casa a pé... Mas, nesse caso, considere seriamente trocar de carro por um movido a álcool. Sempre soube que álcool é menos poluente que gasolina ou diesel, mas o pequeno cálculo que fiz me provou o quanto. Além de ser combustível renovável, o álcool é SEIS vezes menos poluente que gasolina e ainda mais em relação ao diesel (que não cheguei a calcular...)
A questão de economia monetária (álcool roda menos que gasolina por litro) é irrelevante frente à grande economia que se faz na emissão de gás carbônico, pois ele roda bem mais que 1/6 de kilometragem rodada com gasolina.
E claro, cuide bem do seu veículo. Um motor bem regulado e lubrificado, velas limpas, pneus calibrados, catalisador e filtros em boas condições e injetor regulado e desobstruído fazem uma grande diferença no consumo do combustível.
E, finalmente... Plante árvores! Os sites listados ao lado idreito deste post permitem que a sua emissão de CO2 seja compensada pelas árvores que as entidades plantam e cuidam para nós. Em especial, recomendo o site
Click Árvore onde se pode plantar gratuitamente uma muda de espécie nativa da Mata Atlântica por dia, significando que em um ano cada um de nós terá contribuído com 365 árvores que irão reabsorver o gás carbônico que nós emitimos.
Se cada um fizer o que estiver ao seu alcance, talvez o planeta consiga sobreviver!