Ao mesmo tempo, preocupo-me com o desperdício na hora de preparar uma refeição. O desperdício é tanto do material em si como dos próprios nutrientes que cada ingrediente tem. Sabe-se que nas frutas e legumes, as vitaminas e enzimas costumam concentrar-se entre a casca e a polpa, daí uma das coisas que tento diminuir ao máximo é o descarte das cascas.
Um dos legumes que utilizo bastante é a batata - tanto inglesa como a doce. Para as receitas que pedem que se cozinhe as batatas, eu dispensei o uso de panela e água desde que adquiri o forno de micro-ondas. Tenho uma "panela" (ou vasilha, se quiserem) de vidro com tampa de cerca de 20 cm de diâmetro onde cabem de 3 a 4 batatas médias inteiras. O que eu faço é lavá-las bem com escova e colocá-las inteiras, com casca e ainda úmidas, dentro dessa vasilha, fechar a tampa e regular o forno para 15 a 18 minutos em potência 3 a 4 (tudo depende da quantidade e tamanho das batatas). Após cozimento, dá para descascá-las tirando tão somente a película, e não perdi nenhum nutriente para água de cozimento, pois as batatas cozinham com a sua própria umidade. Mandioca também dá para cozinhar assim, mas terá de adicionar 1 a 2 colheres de sopa de água, porque essa raiz contém menos água que as batatas. O tempo de cozimento também aumenta um pouco, eu regulo para cerca de 20 minutos para minha panela cheia.
Outro truque é cozinhar os legumes no vapor. Tenho uma panela própria para isso, composta de dois compartimentos. Na parte inferior coloca-se a água; a parte superior tem fundo de tela metálica por onde passa o vapor, e se encaixa sobre a base. Mas, se for pouca quantidade, dá para improvisar usando-se a tampa de uma panela. Coloca-se os legumes na parte interna da tampa, forra-se com um pano de prato limpo, e encaixa-se a tampa na panela com bastante água e põe para ferver. Cozimento a vapor, além de manter todos os nutrientes nos ingredientes, tem a vantagem adicional de manter viva a cor original das hortaliças; vagem, quiabo, brócoli e outros legumes verdes ficam com o verde maravilhoso.
Cenouras e mandioquinhas, eu as descascava raspando a sua superfície com faca - o que já diminui bem a perda da polpa. Agora estou usando uma escova de cerda dura para lavá-las. As cascas saem esfoliadas e perde-se ainda menos.
Frutas eu procuro utilizá-las ou comê-las com casca. Maçãs, peras, uvas... aqui em casa elas são servidas ao natural ou utilizadas em receitas com casca mesmo. Claro que depois de muito bem lavadas, pois agrotóxicos podem estar contaminando a sua superfície. Mas algumas frutas não tem como comê-las com casca, é o caso de laranja, abacaxi, banana, melancia, melão... No entanto, as cascas dessas frutas dão ótimos doces e geléias, ou sucos e chás. A dica é sempre lavar todas as frutas muito bem antes de prepará-las, seja para levar à mesa ao natural, seja para usar a sua polpa em receitas, visando sempre aproveitar ao máximo os valores nutritivos das suas cascas.
Ao evitar o desperdício na cozinha estaremos:
- melhorando a nossa nutrição com ganho em saúde;
- economizando o nosso rico dinheirinho;
- evitando poluir o meio ambiente ao reduzir o volume de lixo nos aterros e lixões que contaminam as águas subterrâneas e favorecem a proliferação de roedores e outros vetores de doenças;
- ajudando o poder público que tem dificuldade de administrar a coleta e disposição adequadas do lixo, e lidar com epidemias e endemias provenientes de más condições de saneamento público.
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Um comentário:
Achei as fotos dos gatinhos muito bonitas, está de parabéns, você é quem fez ? As fotos dos quados de Van Gogh também estão lindas. Uma sugestão, coloque a sua foto para não parecer um "fantasma".
Um abraço
Ernesto Ubiratan
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