Posse Responsável:
- cuidar bem da alimentação do seu pet - o que significa que se deve dar sempre a ração da "melhor" qualidade possível (claro que nem todo mundo pode comprar ração que custa mais que a cota humana de alimentos por mês) em quantidade e frequência recomendada pelos veterinários.
- cuidar bem da saúde do seu animal - o que significa que ele tem que consultar o veterinário, no mínimo, anualmente, para um check up geral e vacinação e vermifugação. Se ele apresentar qualquer anomalia comportamental ou física, não tentar medicar por conta própria e muito menos esperar por palpites de "entendidos", mas procurar imediatamente um veterinário de confiança.
- cuidar bem da segurança do seu animal - o que significa que o seu pet deve ficar confinado dentro da sua casa, só saindo para as ruas sob guarda dos seus donos, na coleira e corrente (caso de cães) ou na caixa de transporte (caso de gatos) e, em caso de cães bravios ou de raça reconhecidamente agressiva, com focinheira. Em caso de viagens ou passeios de carro, jamais permitir que se coloque a cabeça para fora da janela. Se for gato, somente dentro da caixa de transporte.
- CASTRAR - os seus pets têm instinto sexual que é totalmente dependente dos hormônios; e na fase reprodutiva, eles não têm controle algum sobre o seu comportamento, e tentarão cruzar a qualquer custo se sentir a proximidade de um par do sexo oposto. Isso é verdadeiro tanto para bichos soltos como os confinados em apartamentos no vigésimo andar. Se cruzarem, deixarão descendentes que terão de encontrar respectivos donos... E a população desses animais domésticos excede e muito a capacidade de absorção responsável dos humanos. Mas se não cruzarem, ficarão agressivos ou infelizes e deprimidos, poderão destruir o seu espaço (isto é, a casa do dono onde vive), demarcarão território com urina malcheirosa para desespero dos donos. A solução é a cirurgia de extração de glândulas sexuais, ou seja, castração. Sem hormônios, eles não "saberão" o que é cruzar, serão por toda a vida como filhotes assexuados, sem prejuizo da sua personalidade e capacidades.
O problema que aqui vejo... e que muitos protetores não enxergam, ou não têm respostas, é que os princípios da Posse Responsável são às vezes impraticáveis ou muito difíceis de se praticar... Há pessoas amantes desses animais que bem gostariam de dar todo o conforto e segurança para os seus animais como reza a cartilha da Posse Responsável, mas, sujeitas às limitações tais como: não têm condições econômicas o suficiente para bancar todo o custo que um pet demanda; moram em residências alugadas podendo mudarem-se para espaços mais reduzidos; moram em zona rural, sem condições de telar todas as possíveis aberturas para fuga; moram em pequenas cidades sem veterinários ou até mesmo sem lojas de ração para pets ou farmácias veterinárias... O absurdo é que tenho visto algumas "protetoras" afirmando no orkut que essas pessoas deviam se abster de acolher animais. E aí, pergunto: essas protetoras recolheriam todos esses animais que não foram adotados, por que os candidatos a serem seus guardiães são pobres ou por que moram em zona rural ou longe dos grandes centros urbanos?! Tenho certeza de que essas "protetoras" extremistas são minoria. É infinitamente melhor acolher um animal abandonado, dar-lhe abrigo, amor e alimento - ainda que não ideal - do que deixá-lo ao relento, correndo mil perigos, morrendo de solidão, fome, doenças e desamor. Nessas circunstâncias, é melhor o mínimo do que nenhum cuidado!
Muitos protetores e voluntários dedicam suas horas para conscientizar a população local sobre os princípios acima, e colaboram ao máximo com os donos, atuais ou futuros, a castrar os seus animais. Vários veterinários fazem campanhas individuais de castração a preço de custo, também. E cada vez mais prefeituras se engajam nessas campanhas de castração a preços simbólicos ou a custo zero.
Mas, para que os problemas de super-população e consequente abandono e ou maus tratos dos animais tenham uma solução definitiva, acredito que os poderes públicos devem tomar a dianteira dessa missão.
O executivo deve prestar o serviço de castração e cadastramento em todo o território nacional; o legislativo deve promulgar leis que tornem a castração obrigatória (com exceção dos "criadores", sujeitos a cadastro próprio e licenças especiais do IBAMA) assim como o implante de microchips em todos os animais; o judiciário deve aplicar a Lei de Crimes Ambientais - Art. 32 com rigor exemplar.
E a sociedade civil terá de fazer mais também. Se todos os porfessores de ensino fundamental e médio assumissem para si a tarefa de incluir aulas sobre Posse Responsável, se as indústrias voltadas a pets devotassem parte dos seus imensos lucros nessa educação e na distribuição de vacinas, vermífugos e rações de boa qualidade mais baratas... Ha! acho que já comecei a delirar, rs.
Mas, seria um mundo tão melhor se tudo isso acontecesse...
NÃO COMPRE PETS, A D O T E ! ! !
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